Frei Martins UM MILITANTE DA LUTA QUE SE CHAMA VIDA!


FREI MARTINS beija a réplica do Monumento ao Trabalhador quando recebeu a Homenagem da Comenda Jacinto de Sousa em 2007

Saudades Eternas da Família SINDSEP a um Amigo e Militante da Vida



Quem foi Frei Martins?

Antônio José Martins, mais conhecido como Frei Martins, nasceu no dia 07 de julho de 1949, na cidade de Mulungu, estado do Ceará e tem como sua opção religiosa a Igreja Católica.

A trajetória de vida deste evangelizador sempre foi pautada pelo compromisso para com o próximo, doando-se em acordo com seus valores e princípios advindos de sua missão religiosa. É assim que, Frei Martins se auto-denomina como um evangelizador.

Foi alfabetizado na casa da primeira professora particular, dona Iracema, na localidade do  Sítio Goiana em Mulungu, Ceará. Percorrendo seu caminho na estrada do saber, Frei Martins graduou-se em Filosofia e em Teologia.

As viagens de Mulungu à Fazenda Cachoeira do seu avô Miguel de Barros Martins, no sertão de Canindé, que eram complementadas com a romaria que a família fazia ao Santuário de São Francisco marcaram profundamente a infância de Frei Martins. Ele recorda que o mais divertido era tirar os retratos no lambe-lambe, comer doces e comprar as lembrancinhas. Além desses acontecimentos positivos, outros marcaram negativamente sua vida como a morte do seu padrinho João Arruda.

Chamando as "Gentes" para a Partilha do Pão e da Missão

A vocação pela luta coletiva vem desde o berço, tendo em vista a participação dos pais de Frei Martins em movimentos político sindicais. Seu pai participava das discussões e das articulações políticas, sendo para o menino Antônio José Martins um exemplo de perseverança e militância.

Em sua peregrinação pelos caminhos das comunidades, das gentes cearense e das gentes de lugares longínquos, Frei Martins atravessou o Brasil, levando sua mensagem de vida pelos estados de Brasília, São Paulo, Belém, Rio de Janeiro, Campo Grande e por todo o Nordeste na luta pelos direitos humanos e abertura política, através do movimento da NÃO VIOLÊNCIA ATIVA. Também visitou outros países como Panamá, Haiti, São Domingues em missão de espiritualidade pela Igreja dos Povos da América Latina com ênfase nas comunidades dos negros e dos índios.

Frei Martins com seu jeito simples e extrovertido atuou junto às comunidades de base onde o povo se reúne para discutir a cotidianidade da vida e lançar seu olhar político sobre a sociedade. Nesse estreito contato com as bases comunitárias, Frei Martins viu no rosto das pessoas o medo de muitos homens e mulheres que recuavam no enfrentamento diante dos que governam com injustiça social, causada também pela falta de compreensão de um projeto político mais amplo, pois questões outras primordiais à qualidade de vida do trabalhador não encontram espaço na agenda de entidades sindicais, limitando-se muito à questão salarial. Para Frei Martins, o sindicato tem de ser um espaço para o debate e formação da cidadania, contribuindo assim para a construção da democracia.

Enfrentando Morte-Vida Severina de cada dia

Frei Martins em sua caminhada viu muitas lutas e contemplou muitas vitórias. Até a Polícia Frei Martins teve de enfrentar. Isso ocorreu em Quixadá, no ano de 1985, quando os trabalhadores ocuparam a praça por uma semana em busca de comida e trabalho, obrigando o Sindicato dos Trabalhadores Rurais a mostrar a cara, bem como exigindo que os gestores municipais apresentassem uma proposta para gerar trabalho para dezenas de trabalhadores do município de Quixadá, que na época incluía Ibaretama, Banabuiú e Choró.

Enfrentaram a polícia comandada pelo major Lucas, que realizou prisões de algumas das lideranças da época como Tia Rita, Chagas e Vicente. O prefeito exigiu que o Frei Martins deixasse as ruas de Quixadá livres e fizessem os trabalhadores retornarem às suas comunidades. Dom Rufino, à época, temia retaliações, mas os trabalhadores resolveram permanecer até que se encontrasse uma saída. Formaram uma comissão com representantes do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras, da Igreja, da Prefeitura e conseguiram alimento e abertura de algumas frentes de trabalho.

Frei Martins contemplou muitas lutas que não foram totalmente ganhas, mas nesse ínterim, viu muitas lideranças nascerem nas CEB’s, participando das principais reuniões para formação. Nisso, Frei Martins prestava uma espécie de assessoria quando consultado. Ele lembra da participação do Professor Luiz Osvaldo, em outros momentos a participação de Ilário Marques. Foi um período muito rico, efervescente da Igreja Progressista e da articulação dos movimentos populares.

FREI MARTINS e o SINDSEP

Para Frei Martins, o SINDSEP de Quixadá, Ibaretama, Banabuiu, Choró e Ibicuitinga, é o berço mais autêntico do movimento dos servidores públicos municipais, pois segundo ele, é dessa região que surgiram  e ainda estão surgindo novas lideranças conhecidas no Ceará, no Brasil e fora do país, reconhecidos pela grande capacidade e serviços prestados ao movimento sindical. Seus nomes estão nos anais da história.

A visão unívoca de Frei Marins, que com toda a sapiência, solidariedade e espírito coletivo agrega homens e mulheres em torno de uma boa e justa causa continua mais forte do que nunca e assim como nós, Frei Martins afirmou sempre que os movimentos sociais, quer sejam populares, quer sejam sindicais propriamente dito, precisam regressar urgentemente às suas origens missionárias, precisando fortalecer as suas bases e articulá-las em torno de um projeto de nação, de homem e de mulher, tomando cuidado para não se perder no estrelismo vazio e egocêntrico, aprofundando o Projeto Político Popular que estamos construindo há anos e nunca, jamais, perder de vista as raízes históricas às quais estamos ligadas por vocação.

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TEXTO ELABORADO pela Secretaria de Imprensa e Comunicação do SINDSEP





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